15 Instalações imperdíveis na Bienal de Arquitetura de Chicago 2017

 

Com a Bienal de Arquitetura de Chicago de 2017 a todo vapor e aberta ao público até 7 de janeiro de 2018, exploramos as galerias, corredores e salões do Chicago Cultural Center para apresentar as nossas quinze instalações preferidas. Documentada pelas lentes de Laurian Ghinitoiu e montada por nossa equipe editorial do local, esta seleção pretende lançar luz sobre a amplitude, o alcance e as preocupações abordadas em Make New History – o maior evento de arquitetura na América do Norte.

 

Metropolitana / Piovene Fabi com Giovanna Silva
© Laurian Ghinitoiu
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Durante os anos 1950 e 60, Piovene Fabi e Giovanna Silva afirmam que, na Itália, “tudo era possível. […] O futuro estava lá”. A cena permitiu que a vanguarda cultural do momento conseguisse desenvolver trabalhos em parceria com grandes instituições e empresas e, em troca, “definir um novo manifesto de modernidade”. Inspirado por um dos principais projetos de infraestrutura da época, o Metrô de Milão, os arquitetos desenvolveram uma coleção de móveis que extraíram a cor, o estilo e a simbologia do metrô em uma série de elementos independentes recompostos.

 
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Point Supreme
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Para o escritório com sede em Atenas, o Point Supreme, liderado por Konstantinos Pantazis e Marianna Rentzou, o foco está nos materiais e na materialidade. Três totens, descritos pelos arquitetos como “listas verticais de coisas”, são declarações sobre a acumulação e a coleta. Os materiais que os compõem variam de naturais e artesanais, novos e recuperados, projetados ou acidentais, e inteiros ou modulares. O resultado são três aglomerações de elementos que “correspondem a partes precisas do mundo”, neste caso, uma “representação alternativa da casa”.

 
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O Edifício Art Déco WORKac com fotografias de James Ewing
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Na instalação de WORKac, de Nova Iorque, projetada por Amale Andraos e Dan Wood, o Líbano (e Beirute, em particular) ocupa o lugar de destaque. “A preservação histórica costuma ser apoiada em álibis aparentemente benignos, como a preservação da identidade, do patrimônio ou da especificidade cultural”, afirmam. Após a guerra civil de quinze anos no Líbano, essa realidade se tornou evidente. A instalação, focada em uma casa de estilo art déco dos anos 1930, “reflete sobre os potenciais e as armadilhas da preservação histórica”.

 
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Construções e Referências / Caruso St. John comThomas Demand e Hélène Binet
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As três Galerias de Chicago no segundo andar do Centro Cultural são grandes espaços cúbicos, e o mais dramático deles foi equipado pelo escritório britânico-suíço Caruso St. John, em colaboração com os fotógrafos reconhecidos internacionalmente Thomas Demand e Hélène Binet. Cinco grandes modelos representam projetos concluídos e em construção pelo escritório, reunidos e “retirados de seus contextos, removidos do lugar e da política”. O espaço em torno dos modelos, que eles descrevem como um “palco”, é circundado por uma “cortina” alta, que é, na verdade, um papel de parede concebido por Demand. As mudanças entre os dois modos de representação – modelo e fotografia, e duas e três dimensões – destacam habilmente o espaço entre eles.

 
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Conexões Materiais: Teatro dos Escritores / Studio Gang
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O escritório com sede em Chicago, o Studio Gang, liderado por Jeanne Gang, desenvolveu um conjunto forte de obras públicas nas quais o ato de compreender, expor e instigar a comunidade geralmente são centrais. Nas Chicago Galleries do Centro Cultural, eles instalaram um corte da estrutura de seu Teatro dos Escritores em Glencoe, Illinois – um elemento de madeira que não só é belamente trabalhado, mas que permite que o Teatro seja aberto a um parque adjacente, estendendo a energia de suas atividades sociais e culturais a um domínio público mais amplo.

 
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Formato Finito 04 / Pezo von Ellrichshausen
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Visto de longe, o trabalho de Pezo von Ellrichshausen aparece como uma evolução de múltiplos. Estruturas, ambientes e aberturas permanecem constantes em seu trabalho, e diferentes configurações tornaram-se a espinha dorsal de sua empresa.(Este tema foi apresentado recentemente em Veneza.) Aqui, o escritório chileno utiliza a parede final das Chicago Galleries – embora também envolva uma segunda superfície – para exibir uma apresentação iterativa de 729 aquarelas: dramática, perspicaz e silenciosamente espetacular.

 
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Estacionamento & Mais / HHF Architects
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Localizado no piso térreo do Centro Cultural de Chicago, a instalação da HHF, da Basileia, é uma homenagem e uma investigação sobre a garagem. Citando a crítica de Bernard Rudofsky de 1964 sobre o “foco limitado da história da arquitetura”, que “suprime o não-representativo”, a HHF apresenta sua proposta para Dreispitz – uma área de logística de 50 hectares ao sul de sua cidade natal: “uma estrutura aberta para um futuro aberto”. Ao trazer a infraestrutura histórica anônima da área em seu projeto, eles estão tentando sugerir uma maneira totalmente nova de se aproximar dos ambientes construídos existentes.

 
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A Capela / junya ishigami+associates
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Um dos poucos modelos selecionados para serem expostos sozinhos na Bienal, e mantendo uma característica escultórica e minimalista, a proposta de Ishigami para uma capela usa um conceito que parece simples para criar um espaço arquitetônico dramático. Com a forma de um vale localizado na província chinesa de Shangdong, duas paredes brancas de 45 metros de altura delimitam um espaço estreito e elevado, que ampliam as características naturais do vale. Em uma extremidade, as duas paredes altas se conectam para limitar o espaço da capela;à distância, a capela aparece como uma peça dramática na paisagem, uma nova e artificial “montanha esbelta” que descansa no centro de um vale natural. Apresentado totalmente em branco e acima do nível dos olhos, é transmitido um senso muito real das linhas dramáticas de raciocínio por trás do projeto ousado deste espaço sagrado.

 
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Faça Grandes Planos / MONADNOCK
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Daniel Burnham, o influente arquiteto de Chicago que dirigiu a Exposição Colombiana de Chicago de 1893, disse em 1907: “Não faça planos pequenos; eles não têm força para mexer com o sangue dos homens e provavelmente não serão realizados”. Burnham complementa: “Faça grandes planos”. É com este mantra que o escritório com sede em Roterdã, Monadnock, caracterizou o estilo Hollywood em um andaime cor-de-rosa no quarto andar do Centro Cultural de Chicago. Fazendo referência a sua instalação Não Faça Planos Pequenos na Holanda, Monadnock “volta pra casa” com este projeto. O nome do escritório é sinônimo do edifício Monadnock de Burnham e Root, o prédio de paredes de tijolos autoportantes mais alto já construído, e o próprio tijolo é um dos materiais favoritos da Monadnock em seus projetos (ver Landmark Nieuw Bergen).

 
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Super Modelos / Sylvia Lavin com Erin Besler, Jessica Colangelo e Norman Kelly
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Localizado no quarto andar do Centro Cultural, Super Modelos — apresentado em paralelo à Exhibition Models, que atualmente está em exibição na Escola de Arquitetura da Universidade de Princeton — apresenta doze modelos de réplicas selecionados pelo Deutsche Architekturmuseum (DAM) na década de 1980. Abrigado em uma estrutura (também uma réplica) projetada por O. M. Ungers, a instalação busca expor e investigar a “suposição de que os museus apenas mostram, intencionalmente, obras de arte originais”; na verdade, de acordo com os participantes, “pedidos de modelos para replicar edifícios tem sido, há muito tempo, parte da cultura das exposições de arquitetura”.

 
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(Estudo para) Capela para as Cenas da Vida Pública – A Reunião de Enrico Mattei e a Rainha de Sheba / baukuh e Stefano Graziani 
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Apesar de seu título comparativamente inacessível, A Capela Para Cenas da Vida Pública, concebida pelo escritório milanês Baukuh e o fotógrafo Stefano Graziani, representa uma interessante exploração do que “público” significa para arquitetos e para a arquitetura. Projetado para acomodar um evento festivo imaginário – o encontro de Enrico Mattei (um político e empresário italiano falecido) e a Rainha de Sheba – e inspirado por várias referências culturais, incluindo a de Piero della Francesca, o revestimento interno da estrutura de madeira apresenta um ciclo de desenhos que falam e fazem referência a um evento que nunca ocorreu.

 
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Cinco Salas / Paul Andersen e Paul Preissner 
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Uma ambição chave por trás desta iteração da Bienal de Arquitetura de Chicago tem sido a ocupação dos espaços de circulação do Centro Cultural. Cinco Salas forja uma sequência de galerias em um corredor que é, nas palavras de Andersen e Preissner, “muito largo para ser um corredor e muito estreito para exibir exposições confortavelmente”. Cinco paredes profundas e pesadas revestidas de peças de vidro constituem um movimento material e estão tão à vontade na cidade dos ventos fortes quanto em relação às peças expostas – uma série de peças excepcionais dos fotógrafos David Shalliol e Scott Fortino. Esses totens monumentais representam uma tentativa muito inteligente de interagir com o espaço cívico e municipal que a Bienal ocupa.

 
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Canônico Tropical: A Ordem da Ambiguidade / AGENdA – agencia de arquitectura 
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Da mesma forma que Cinco Salas realizou a ambição de habitar os espaços de circulação do Centro Cultural, o Canônico Tropical desempenha um papel semelhante e com sucesso espacial similar. A AGENdA, com sede em Medellín, argumenta que a Colômbia “está presa em uma definição limitada de sua história arquitetônica e uma ideia muito incompleta de sua identidade”, tornando difícil para os profissionais se posicionarem. Em resposta, eles propuseram uma maneira alternativa de olhar e pensar sobre a história; para vê-la menos como uma narrativa coerente e linear e mais como “uma adaptação sistemática de cânones, processos ou materiais”. A sua parede de tecido, ou cortina, é uma versão “distorcida, modificada e adaptada” de um sistema de fachada em vidro. A “bela contradição” está em sua “lógica invertida”, argumentam.

 
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Cosmic Latte: Manifesto Bege / J. MAYER H. und Partner Architekten e Philip Ursprung
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“O universo é bege”, explicam os criadores de “Cosmic Latte”. A instalação, que recebeu o nome da cor do universo (conforme prescrito por astrônomos), explora as raízes, os significados e a expressão “ser bege”. Esta é uma cor “moderada e popular”? Ou é a cor da violência – a tonalidade dos escombros empoeirados deixados pela violência e pela guerra? E se vemos o bege como entediante, J. MAYER H. und Partner Architekten e Philip Ursprung (Diretor do Departamento de História da Arte e da Arquitetura na ETH Zurique) nos convidam a considerar como essa cor está assumindo um significado arquitetônico global mais amplo.

 
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Histórias Pessoais / 51N4E
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O escritório com sede em Bruxelas, 51N41, liderado por Johan Anrys e Freek Persyn, tenta revelar a arquitetura como um processo transformador que “gera uma ficção produtiva”. Localizado no Dance Studio – uma sala escura no piso térreo do Centro Cultural de Chicago – a instalação é composta por filmes de artistas contemporâneos e uma constelação de objetos simbólicos relativos a dois projetos de diferentes escalas, a maior parte sendo o Skanderbeg Square (Tirana, 2012). Travel, de David Clauerbout, é um interessante audiovisual sobre encontros próximos com caminhos em ambientes naturais e de floresta artificial, sugerindo que nossa compreensão coletiva do que constitui o ambiente construído é mais abrangente do que imaginamos.

 

Fonte: ArchDaily

 

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